O romance "Manhã Submersa"( que tem como tema central a sua experiência no seminário do Fundão) , foi adaptado para o cinema por Lauro António (realizador). Neste filme, Vergílio Ferreira interpreta um dos principais papéis, o de Reitor do Seminário.
De Vergílio Ferreira li "Contos", constituído por 26 contos, na minha opinião, bastante acessíveis e fáceis de ler. Estes tratam assuntos bastante variados e dão-me uma ideia de espontaneidade (na medida, em que foram escritos espontâneamente).
Referindo os contos:
- Adeus;
- Mãe Genoveva;
- O Encontro;
- Gló;
- A Palavra Mágica;
- O Fantasma;
- Saturno;
- O Jogo de Deus;
- Praia;
- O Sexto Filho;
- A Fonte;
- O Morto;
- Fado Corrido;
- O Cerco;
- Redenção;
- Linha Quebrada;
- A Galinha;
- Havia Sol na Praça;
- A Estrela;
- O Imaginário;
- A Visita;
- O Espirro;
- O Fresco;
- Asa de Corvo;
- Uma Esplanada sobre o Mar;
- Carta;
Dos contos anteriormente referidos, o que mais gostei (devo dizer que foi uma escolha fácil) foi "Uma Esplanada sobre o Mar" antes de mais porque faz referência a um meio que eu adoro e gostaria de estar neste momento, a Praia, e também porque é um conto que nos leva a reflectir e nos leva a por no lugar das respectivas personagens (neste caso, da rapariga loira de olhos claros e pele queimada e do rapaz também loiro). Alerta-nos para a forma como vemos e levamos a vida e também para a forma como encaramos a morte. Será que damos demasiada importância ás futilidades e pequenas coisas da vida, e não nos mentalizamos que esta tem um fim, que irá chegar mais cedo ou mais tarde?
A minha resposta é sim, no fundo, este conto funciona como uma crítica disfarçada e um alerta para a forma como a maior parte de nós aproveita a vida e dá valor aquilo que é realmente importante.
Algumas passagens de "Uma Esplanada sobre o Mar":
"-Nunca reparaste que há certas coisas que nós já vimos muitas vezes e que de vez em quando é como se fosse a primeira?"
"-Nunca está certa, aliás, seja a que hora for- continuou o rapaz.- Tudo pode estar certo talvez a qualquer hora. Menos essa banalidade ridícula da morte. De tudo se pode falar, menos dela. Nem falar, nem filosofar, nem fazer seja o que for que a tenha a ela em conta. Há um aliança contra ela como contra uma infâmia. Ou como se o não falar a excluísse. E é a única verdade perfeita."
"-A estupidez é só nossa, porque a vida não é verdade. Mas é a única coisa em que se acredita-disse o rapaz ."
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